Nos últimos anos, a discussão sobre a inclusão de Serpentário (ou Ophiuchus) como o 13º signo do zodíaco tem ganhado destaque, especialmente no início do ano. Publicações nas redes sociais afirmam que um novo calendário astrológico entrou em vigor, levando muitos a acreditarem que seus signos teriam mudado. No entanto, tanto astrônomos quanto astrólogos esclarecem que essa informação é incorreta.
A Constelação de Serpentário
Serpentário é uma constelação que representa o deus grego Asclépio, associado à cura. A União Astronômica Internacional definiu suas fronteiras em 1922, mas isso não significa que ela deva ser considerada um signo zodiacal. O desentendimento surge da confusão entre constelações e signos, sendo que a eclíptica, a linha de passagem do Sol, realmente passa por 13 constelações, mas o zodíaco tradicionalmente mantém apenas 12 signos.
A Distinção Entre Astronomia e Astrologia
Rui Agostinho, professor da Universidade de Lisboa, explica que a astrologia e a astronomia, embora tenham nascido entrelaçadas, hoje são áreas distintas. Enquanto a astronomia é baseada em observações e cálculos, a astrologia se fundamenta em interpretações simbólicas e arquetípicas. Assim, a ideia de que o Sol estaria na constelação de Leão durante o mês de julho é uma crença antiga, mas não corresponde à realidade atual.
A astrologia mantém uma estrutura fixa de doze signos, que representam arquétipos que influenciam a personalidade e o destino dos indivíduos. A inclusão de um 13º signo poderia desestabilizar essa ordem, que já é uma construção simbólica. A astróloga Sandra Costa ressalta que a astrologia é um reflexo da humanidade e não deve ser confundida com a ciência.